quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Post MultiTask: Trackitanas para ficar Em Forma Depois dos 40

Dizem que a necessidade é a mãe da invenção.
Pode até ser verdade. A necessidade deve ter gerado a maioria das invenções da humanidade. Mas sem dúvida, a mãe das invenções mais legais é a preguiça.
Ninguém me convence de que controle remoto para a TV é uma NECESSIDADE. Se pifar hoje, eu vivo relativamente bem até comprar outro. Mas no fundo nem gosto de lembrar do tempo em que ele não existia.
Há algum tempo eu havia me animado para começar a correr, por entender que seria a prática esportiva mais democrática e simples do mundo. Calce um bom tênis e caia na vida.
Mas estava completamente despreparado, muito gordo e não sabia como começar.
Consultei o cardiologista, que me deu sinal verde. Em seguida, fui conversar com um amigo, praticante fanático de várias modalidades de corrida.
Ele disse que seria realmente muito simples. E sacou da mochila um calhamaço de planilhas que eu deveria usar para acompanhar meu desempenho, alternar treinos de resistência com explosão, queima de calorias, distâncias, percursos... E, naturalmente, teria que correr em percursos já conhecidos, pois seria a única forma viável de ter controle sobre as distâncias percorridas e variações de terreno.
Quer dizer que não posso simplesmente calçar o tênis e sair correndo?
Herege! Correr é coisa séria. Não se faz assim!
Enterrei a idéia só de pensar no trabalho que ia me dar.
Algum tempo depois, resolvi me aventurar sozinho, sem pedir palpite pra ninguém, mas muito ressabiado. E descobri uma trackitana mágica para o meu celular que acabou com o problema.
Parêntesis:
Não vai aqui nenhuma intenção de propaganda ou apologia de produto nenhum, até porque não recebo nada de ninguém (snif) para escrever estas mal-traçadas linhas. Mas é uma experiência prática que tem nome. Não tem como não citar.
Fecha parêntesis.
A trackitana é um programinha chamado SportsTracker, que se instala em segundos e roda em vários modelos de celulares Nokia com GPS interno ou externo. Pode (e deve, na minha opinião) ser complementado pelos recursos disponíveis em um site.
O que eu preciso fazer? Preferencialmente fazer um cadastrinho rápido no site. Na hora do vamos-ver, ativar o aplicativo na tela do celular selecionar o tipo de treino que vou fazer (andar, correr, pedalar...) e iniciar.
Daí pra frente o Grande Irmão Satélite passa a me perseguir por onde quer que eu vá. Identifica todo o meu trajeto, aufere minha velocidade, reconhece aclives e declives e, se eu encontrar algo fotografável no caminho, ele ainda guarda o geoposicionamento da foto.
E ele ainda permite que compartilhe o exercício online. Os amigos podem ver minha corrida em tempo real, no site que compõe o serviço. Minha mulher adora essa feature.
Dando o exercício por encerrado, o programa mostra na telinha do celular e na web (com muito mais detalhes) um mapa (by Google) com o trajeto percorrido e as fotos eventualmete batidas no caminho, posicionadas no mapa com razoável precisão. E mais uma batelada de estatísticas, como velocidade máxima, mínima, média, altitudes, gasto calórico aproximado, etc. Sem planilhas. Sem percursos pré-medidos.
Melhor do que falar é mostrar. Clique aqui para ver minhas últimas aventuras. Algumas com fotos.
E, a partir de amanhã, vamos combinar que aviso pelo Twitter (@fudenis) um pouco antes de iniciar minhas corridas, caminhadas ou bicicletadas e, quem tiver curiosidade e saco (e disponibilidade para coçá-lo) pode acompanhar online.
É claro que nem tudo é maravilhoso. Em partes por usar um aparelho que já tem uns 2 anos, a precisão é apenas razoável e vira-e-mexe o sinal do satélite é perdido por alguns instantes. Mas o software tenta recuperar o traçado e para quem não está preocupado com preciosismos, tá bom demais.
Existe uma série de outras trackitanas similares para diversas plataformas e, na medida do possível, vou procurar testar pelo menos algumas e vou postando aqui.
Se alguém tiver sugestões e quiser compartilhar, favor introduzir cá nos comentários.

:D

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Vícios

Já tive uns tantos vícios. Acho que alguns vícios podem ser definidos como "bons" ou "saudáveis" mas, ainda assim são vícios. E vício que se preza sempre faz cruzar certas fronteiras. As do bom senso, por exemplo, costumam ser violadas com recorrência.
Entenda o caso: Há cerca de um ano comecei a sentir um desconforto, ligeiramente doloroso, na coluna lombar.
Consultei alguns médicos até me afinar com a reumatologista que me assiste até hoje e que diagnosticou o causo. Detalhes técnicos não vêm ao caso. Relevante é que um dos primeiros caboclos que consultei, um acupunturista muito legal, foi pragmático ao dizer que podia me ajudar, mas que se eu não perdesse uns 10 kg tudo seria paliativo.
Bem, quando cheguei à reumatologista (que lê o blog, eu soube!) ela me orientou com uma série de restrições a atividades que poderiam me causar mais dor ou piorar o quadro. A começar pelo Krav-Magá que eu treinava e adorava.
Minha preocupação mais imediata foi como controlar o peso com restrições tão importantes. Sem exercício, teria que passar meses a fio à base de alface e broto de feijão?
Disse pra ela que eu não tinha muito tempo disponível, então era difícil pegar o carro, me deslocar até o clube ou academia, nadar 1 hora e voltar, com horário fixo, etc. Será que eu não poderia correr? Seria prático. Em qualquer lugar que estivesse podia calçar o tênis e mandar bala, queimando 700 ou 800 calorias em uma hora...
A resposta dela foi clara: "NINGUÉM deveria correr, devido ao impacto. No seu caso, então..." Depois entendi que o radicalismo dela foi importante para causar o impacto necessário sobre a minha consciência e venho levando o dia-a-dia só com atividades apropriadas, como a musculação, as caminhadas e a natação.
Mas agora... lá vou eu pro confessionário.
Citei aqui, num post anterior, que passei a semana do ano-novo em Campos do Jordão. Pois no dia 31, depois de 2 1/2 dias de chuva ininterrupta, houve uma estiagem de final de tarde. Estava louco pra sair da toca e fui andar no caminho do Horto. No meio do caminho, é claro, o tempo virou de novo e logo chovia forte. Interrompi o trajeto originalmente planejado e voltei na direção do hotel, agora correndo.
Não sei de onde a gente tira essas manias... Chovia torrencialmente. Em 20 segundos eu já estava encharcado. Estava a uns 3km do hotel, no meio do nada, sem nenhuma possibilidade de abrigo. Então porque diabos correr? Não faz mesmo nenhum sentido, mas deu no que deu...
Depois de 5 ou 10 minutos correndo, a respiração já tinha um ritmo certo, assim como as passadas. Dava pra sentir a elevação do pulso. E a sensação pós corrida não tinha nenhuma chance de comparação com o pós caminhada. Deu barato e viciou instantaneamente.
Uns dias depois, resgatei um outro brinquedinho absolutamente viciante, chamado Sportstracker. Vou escrever especificamente sobre ele nos próximos dias, mas pra dar uma ideia, é um "ecossistema" baseado em um programinha pro celular com GPS e um serviço na internet, que apresenta uma série de informações sobre cada um dos seus treinos e, principalmente, compõe uma comunidade muito bacana.
Se estiver curioso, entra lá e procura os "workouts" de um usuário chamado "fudenis".
:D