sexta-feira, 26 de março de 2010

Vamo pras Crínica

Caríssimos ouvintes;

Depois de quase dois meses, cá estamos nós de novo.
E não pensem que eu não quis atualizar o blog e escrever novos posts nesse tempo todo. Só que uma inacreditável sucessão de acontecimentos me consumiu de tal maneira que eu não tinha tempo e nem clima para escrever do jeito que eu gosto.
Bem, é claro que nesse intervalo uma porção de outras coisas acabaram recebendo uma atenção menor (como a atividade física e o cuidado com a alimentação) e agora voltam à normalidade junto com o nosso blog.
Lembrei muito do filósofo João Rubinato, no seu "Samba no Bixiga":
Carma pessoal,
A situação aqui está muito cínica
Os mais pior vai pras crínica.


E sabe o que me dava a carma pra não exprodir? Uma corridinha no final do dia. Se eu só tinha 15 minutos, gastava correndo. À corrida, devo minha sanidade mental.
Quem me conhece há mais tempo deve estar esfregando os olhos para ter certeza do que está lendo. Eu sempre gostei de várias práticas esportivas, mas execrava a corrida. Detestava. Achava um saco!
E agora credito minha sanidade a ela... Vai entender...
Pra falar a verdade, não tenho certeza de quando isso começou. Sei que veio vindo, veio vindo... e ficou. Acho que viciei nas tais endorfinas.
Mas se mesmo atletas de verdade têm seus dias de Jabba, como poderia eu ficar livre dessa?
Depois da chuva que caiu em São Paulo nessa tarde, a cidade toda virou um caos. Alagamentos, árvores caídas e... Quem adivinha???
Sim! Trânsito.
Cheguei semi-morto, pensando que a planilha cuidadosamente preparada pelo meu super-trainer (lembrando que em inglês a mesma palavra cabe para treinador e adestrador) previa para hoje 6 longos quilômetros.
Assim que entrei em casa, meu corpo e meu cérebro iniciam uma sangrenta batalha. O cérebro tenta conduzir o corpo diretamente para o quarto, para que ele, sem parada, mude de roupa, calce o tênis e saia correndo.
Mas o corpo é forte e não se deixa levar assim. Manda o cérebro parar de encher o saco e vai pra sala.
Faz-se contato visual com a poltrona.
E a situação se inverte. O cérebro passa a ser inundado por influências do corpo, que procurava uma desculpa para não fazer o exercício do dia.
A primeira: "Droga... Eu queria ter chegado mais cedo para dar tempo de correr com a turma do krav-magá. Agora vou ter que correr sozinho?".
O cérebro saiu fácil dessa: "Ô animal! Você corre sozinho todo dia!" E essa não colou.
A segunda: "Tenho que buscar as crianças na ssssogra."
Dessa vez o cérebro recebe ajuda externa que, nesse caso, vale. Minha expensive half interveio, dizendo que já estava com tudo certo para buscaras crias. E ainda acrescentou um "Pode ir correr sossegado que já está tudo
certo." O corpo chegou a esboçar agressão física, mas até pra isso a preguiça era demais.
E o corpo tenta, então, uma manobra desesperada. Pega o controle remoto e aperta o "power".
O cérebro pensa que tudo está perdido, mas na TV, em pelo menos 10 canais, estão os galãs Cembranelli e Podval, lutando pelo pão de cada dia.
O corpo joga a toalha. Vamos correr que ganhamos mais.
E lá fui eu, Sumaré adentro e afora, até a Vila Madalena. Dá pra ver o trajeto e mais, clicando aqui.
Voltaram ambos mais leves.
O cérebro, além de tudo, vitorioso.
E o corpo prometendo nunca mais tentar esse jogo sujo. Até o próximo dia de treino.

:D
PS: Quem não conhece o tal Samba no Bixiga, conheça nesse vídeo maravilhoso.
E quem conhece, melhor ainda, que se delicie com essa pérola.


Um comentário:

  1. ... Você é uma figura .. não nos deixe sem essa terapia de ler o seu blog.. :)

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