terça-feira, 13 de julho de 2010

Férias com Crianças [Episódio I: Expectativa]

Julho.
Férias.
Das professoras.

Para os pais é uma delícia ter as crianças em casa sem a rotina para-militar de horários e atividades encadeadas, mas também é um baita exercício de criatividade manter um consumo constante de energia saudável.

Sei que existe o caminho curto das babás eletrônicas. É só liberar o acesso aos vídeo-games, computadores e DVDs para que o dia passe na maior tranqüilidade. Mas acho que as crianças merecem mais, ainda que uma programação de férias clássica seja algo especialmente complicado para empresários e profissionais liberais.

Mas sempre dou um jeito e desta vez, em consenso familiar, decidimos ir para o campo. Começa o processo de escolha da cidade e do hotel.

Tinha uma referência positiva, de amigos que moram e trabalham na região e, dentre os vários pesquisados nas cidades próximas, este parecia ser particularmente interessante, pacato, gostoso.

No Guia 4 Rodas, as 3 casinhas em vermelho também avalizavam a escolha.

O site é bonitinho e tem referências apetitosas à gastronomia e um enfoque especial às atividades recreativas para as férias de julho. O ponto mais memorável era, sem dúvida, a recreação infantil com atividades circenses.

Depois, a festa julina, a suculenta feijoada completa no almoço do sábado e o almoço italiano com música ao vivo no domingo. Sim, soa provinciano. Mas quem não gosta?

Consenso familiar atingido, vamos fazer a reseva. Ao telefone, nada de gravações ou vozes sintetizadas. Uma moça simpática e com nome atende e é toda solícita ao esclarecer todas as dúvidas. Informa que só tem um apartamento disponível na “Ala Golden”, que é uma construção mais nova, a menos de 50m do prédio principal. Não vejo problema e confirmo a reserva para quatro dias, o que durante as férias de julho, fica longe de ser uma pechincha.

Mas não é um problema. Só pensei no quanto as crianças se divertiriam com os recreadores nas tais atividades circenses. Normalmente elas já se divertem muito com os monitores nos hotéis. Além de gás e repertório inesgotáveis, entrosam 20 ou 30 crianças magicamente, melhor e mais rápido que qualquer professora primária. E o apelo do circo só ajuda. Lulu já é praticnte de ginástica olímpica, plenamente familiarizada com saltos, alongamentos e macaquices diversas. E Lala ainda não tem a mesma desenvoltura, mas enlouquece de ver as acrobacias da irmã e tentar imitá-la. Com um bom professor, certamente aprenderia muita coisa bacana para exibir no primeiro dia de aula, enquanto não tem idade para as aulas de ginástica artística.

Enforco e sepulto a quinta-feira e nos mandamos. Pouco mais de uma hora de estrada e chegamos a Jarinu, que com a vizinha Atibaia divide o trono do morango no circuito das frutas do interior paulista.

A área do hotel é realmente muito bonita. A construção principal é de gosto duvidoso, mas bem conservada e limpa. Da entrada, vejo os banners de duas firmas que tinham eventos acontecendo ali.

No check-in, um simpático mensageiro descarrega minha bagagem, enquanto preencho aquela famigerada e misteriosa fichinha. Deixei de fazer reservas online quando percebi a inutilidade de prestar tantas informações através do site, se quando chego a QUALQUER hotel tupiniquim preciso preencher a tal da fichinha, com o auxílio luxuoso da esferográfica.

Fichado, recebo os cartões magnéticos que fazem as vezes de chaves e sou informado de que o mensageiro (com a bagagem à porta do elevador) nos acompanhará ao nosso quarto, no terceiro andar. Penso ter sido recebido a primeira de uma série de gentilezas inesperadas. Vagou um quarto no prédio principal e eles gentilmente providenciaram a mudança, para nossa maior conveniência.

Nada disso. Era apenas uma recepcionista nova e despreparada, pensando que todos os apartamentos iniciados com “3” ficavam no terceiro andar.

Minha frustração não foi nada demais. Pior foi para o mensageiro que teve que pegar toda a bagagem (que incluía o guarda-roupa de inverno de 3 mulheres) novamente e colocar no carrinho elétrico que nos levaria à “Ala Golden”.

Achei curiosa a existência de um transporte tão elaborado para integrar ambientes distantes apenas 50m, mas pensei na bagagem, idosos, deficientes... ficou fácil compreender.

Subimos um lance de escada e rumamos ao final do corredor. Quase na porta do que seria meu apartamento, um besouro jazia de pernas pra cima, praticamente invisível sobre o granito preto do piso. Coisas de um cenário bucólico.

O mensageiro abre a porta do amplo e arejado apartamento, com duas espaçosas camas de casal. Entro e sinto um cheiro familiar. Lembrei vagamente de um pequinês que tive na infância e resistia a banhos freqüentes. Mas, janela aberta, a lembrança se desfaz rapidamente, assim como o cheiro.

Malas largadas no quarto, vamos dar uma volta pela área bacanuda do hotel.

Quadras de tênis, vôlei de areia, campo de futebol, mini-golf, lago, spa, academia, piscinas ao ar livre e uma outra interna, aquecida, junto às saunas.

As várias salas de convenções mantém o hotel movimentado quando não há férias ou feriados.
De volta à sede, bate uma fominha. Paro no bar do hotel e peço um queijo quente, que é sempre uma opção segura. Bem... Era, até o bartender me perguntar "O que vai no queijo quente?"

Parei por uns segundos, esperando por uma piadinha, que não veio. Então respondi placidamente que era queijo, dentro do pão, na chapa. E esperei de novo por uma gracinha que, de novo, não aconteceu. Ele tomou nota e seguiu para a cozinha, de onde voltou em 5 minutos, com o lanche pronto.

Na sequência, conhecemos os monitores de plantão. Duas figuraças que se apresentaram como Batatinha & Espeto, não à toa. Empatia imediata com minhas exigentes petizes, que só pararam a bagunça para o banho e já voltaram correndo para jantar com os “tios”. E brincaram até a hora de ir dormir.

Ah... a hora de dormir! Tão aguardado momento.

Afundo no colchão um pouco mais do que esperava. Tenho vasta experimentação em hotéis de todos os tipos, em todos os lugares e sei que qualquer coisa diferente da própria cama acaba causando alguma estranheza. Deixo de implicância com o colchão e o travesseiro e sinto a proximidade de Morpheu (não, nada a ver com Matrix). Mas Morpheu é afastado por um barulho de vozes se aproximando e se avolumando.

O povo de uma das firmas em convenção se aproximava, vindo do bar do hotel para a minha “Ala Golden”. Normal, pensei. O povo tomou umas a mais, fala um pouco mais alto, mas logo vai dormir.

Meia-hora depois, o barulho só piora. Minhas 3 mujeres já tinham dormido há muito tempo e nem tomaram conhecimento. Mas eu liguei para a recepção e pedi a interferência de uma autoridade administrativa pra por ordem no barraco. E nada acontece. Acabo dormindo, cansado. Mas essa ausência de ação levantou a minha antena de uma forma não muito boa...

Levantei na sexta-feira com dor no pescoço, a pulga atrás da orelha e o besouro morto ainda na minha porta.

No próximo episódio, novas e eletrizantes aventuras!

:D

7 comentários:

  1. Cara, curti muito seu texto .....Parabéns.

    Depois me conte o nome do Hotel, inclusive estou nessa semana tentando encontrar algum lugar para ir nesse final de mês.

    Pelo jeito que começou a escrever acho que Jarinu já não é uma opção, certo ? rsrsrs

    Abs,


    José Henrique.

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  2. Excelente, Parabéns!!!!!!!
    AM

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  3. Muito bom, e o vídeo completou bem o post. kkkkk

    Abraço,

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  4. Denis, muito bom!!
    Não conhecia esse seu lado "O Escrevente" ...
    Vlw!

    Gabriel

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  5. Muito divertido!!!

    Me fez rir!

    Parabéns!

    Ale Bueno

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  6. Grande Denis!

    A sua opção gastronômica segura me fez lembrar de meu pai, também vendedor... Ele sempre me dizia para comer queijo quente quando estivesse na rua... Parabéns pelo post e pela requintada receita de tão complexo prato..rs...rs...rs

    Ah, em tempo, uma vez em Santa Catarina fui a um bar e tinha duas opções do conhecido pão com queijo e presunto: mixto quente e mix gelado. O que chamou a atenção não foi o X, mas sim o "gelado"... Não tive coragem de perguntar como eles gelavam a chapa....rs...rs...rs

    Abração!

    Renato Romeo

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  7. KKKKKKKK

    Muito bom Denis
    ri muito com o texto. Só nó que estavamos la sabemos como foi HSUAHUAS


    Manda lembranças para suas 3 mulheres por mim ok, e fala q estamos todos com saudades

    a tia jack e o dani esta mandando um bjo para vcs
    o dani infelismente foi para outro hotel =/

    abraços e estou esperando para ler o resto da historia sei q vou rir muito

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