terça-feira, 21 de dezembro de 2010

E vai-se a primeira década do século XXI

Não, amigos.
Eu não aderi ao costume de chegar à última quinzena do ano com reflexões tão profundas quanto piegas.
Só parei pra pensar que estamos no lucro. Precisamente 10 anos de lucro, já que todo mundo dizia que o planetinha aqui ia acabar no ano 2000. Quem lembra do terror do bug do milênio?
Agora falam em 2012, o que até faz algum sentido. Grandes desastres naturais, as duas coréias polarizando as duas maiores potências bélicas mundiais, a Hebe saindo do SBT e a Suzana Vieira voltando a mostrar o úbere são pistas que não podemos desprezar.
E, como já ganhamos 10 anos sobre a praga do Nostradamus, who cares?
Mas, definitivamente, não é o que eu quero.
Quero que todos vocês, amigos, colegas, conhecidos e desconhecidos, tenham uma feliz década nova.
E, para uma mensagem final, reuni uns amigos para um pagodinho no quintal, para interpretar uma música que o João e o Paulão fizeram no ano 67 do século passado, provavelmente para homenagear a excelente safra produzida pela humanidade naquele ano e que tem tudo a ver com o momento.

:D

terça-feira, 27 de julho de 2010

Férias com Crianças [Episódio II: Realidade]

Quem leu o nosso Episódio I já tem idéia de como eu acordei feliz no segundo dia da nossa epopéia.
Mas o dia começou tranquilo. Principalmente para o besouro, que não teve seu eterno descanso importunado.
Enquanto caminhávamos para o prédio principal para tomar o café da manhã, avaliava que a distância entre as duas construções parecia ser bem superior aos 50 metros descritos pela simpática atendente na reserva. Mas o dia estava tão bonito que Poliana poderia dizer que era um privilégio poder caminhar duas ou três vezes mais, sentindo o sol e ouvindo os pássaros.
E de fato o dia seguia tranquilo, com as crianças se divertindo da melhor forma possível, ao ar livre e se movimentando bastante com a eficiente orientação dos monitores Batatinha e Espeto. Até que no meio da tarde os dois se retiram para uma reparadora (e justa) pausa e... Não voltam mais. A programação das crianças previa um lanche da tarde com os "tios", que foi servido, mas teve que ser suportado pelos pais para evitar maiores frustrações aos pequenos. Minha mulher procurou a recepção para saber o que acontecia e foi informada de que os monitores viriam para o lanche com as crianças e estariam apenas atrasados. Naquele exato momento, a dupla vinha passando, malas em punho, dirigindo-se à saída. E a inquisitora não contém o comentário de quão estranho é o hábito dos monitores de andarem por aí carregando suas malas. Seria uma variante de TOC?
Procuro esclarecimentos com o gerente, que me garante taxativamente que os itens seguintes da programação estariam mantidos, já que a substituição dos monitores era esperada e houve apenas uma pequena falha na elaboração da escala, mas os substitutos estariam no hotel em menos de uma hora.
Enfim o cenário não parecia ruim. Ocorre que, na hora do jantar, todas as crianças se dirigem ao restaurante principal ávidas pelo jantar com os tios bagunceiros. E a mesa das crianças não contém tios, mas cerca de 20 crianças com cara de decepção ao redor. Algumas (incluindo minha caçulinha) fazem beicinho prenunciando choro. E isso, definitivamente, me tira do sério.
Procuro o gerente novamente. O infeliz ainda leva vários minutos para me atender, o que eleva meu coeficiente de ira.
Ele chega cortês. Excessivamente, para o meu momento. E antes que ele tenha a chance de me dar qualquer desculpa, passo-lhe uma descompostura sem precedentes, pois estava evidente que ele havia mentido descaradamente, horas antes. E a cada "veja bem" de lá, vinha nova descompostura de cá.
Depois de 20 minutos, minha opinião sobre sua sua incompetência já era pública e combinamos que se o dia seguinte não começasse com a ordem devidamente restabelecida, iríamos embora.
Jantei mal, brinquei um pouco com as crianças e fui dormir, não sem notar o besourinho imóvel, posto que morto, à minha porta.
Demoro para dormir. Além de nervoso, o povo das firma em convenção fala alto de novo. Reclamo de novo. De novo, não resolve. E de novo o cansaço me abate.
De manhã, a dor no pescoço persiste e a pulga que estava atrás da orelha atinge minhas partes mais íntimas. Só o besouro continuava intacto.
Mas o dia começa bem. Quatro recreadores simpáticos, alegres e com uniforme de trupe circense tomam café da manhã com as crianças, que se divertem desde o primeiro instante. Depois vão para um belo gramado, onde uma enorme cama elástica e um tatame já estão preparados para receber as crianças com competentes atividades de recreação e aulas de acrobacia. Minhas pequenas gurias se esbaldam até a exaustão.
Enquanto elas se divertem, não contenho a indignação com os acontecimentos anteriores. Reúno os outros 50% do capital votante do nosso board doméstico e decidimos deixar o hotel. Pelo celular, reservamos um outro hotel próximo, que seria um porto seguro.
Mas quando, perto da hora do almoço, resolvemos contar a novidade para as crianças... berreiro geral! Não adiantava enaltecer os milhões de atrativos do outro hotel. O quarteto fantástico tinha conquistado as meninas de forma arrebatadora. 
Em nova reunião do board, decidiu-se por voltar atrás e ficar. Pelo menos por enquanto. O fim de semana estava seriamente comprometido para nós dois e arrastar as crianças na marra não seria uma opção razoável.
A caminho do almoço, encontro o gerente que, com seu sorriso plastificado, pergunta se estou mais calmo. Respondo secamente que não e quem conhece meu timbre de voz sabe o que isso significa. E digo a ele que agradeça e trate muito bem dos seus monitores-artistas-circenses, porque graças a eles estávamos dando mais uma chance ao hotel.
A tal feijoada nos aguardava. 
Em teoria. 
Já fui office-boy e vendedor pelo centrão de São Paulo e já comi muita feijoada de boteco por aí, mas nunca vi uma que sofresse de tamanha crise de identidade. Ou minha ignorância me priva do saber de que qualquer coisa à base de feijão preto pode ser chamada de feijoada?
Mas tínhamos decidido que dali em diante iríamos nos divertir com essa trapalhada toda e aproveitar o ar puro e o silêncio que reinaria com o término da convenção de hunos.
E durante a tarde sou abordado pela gerente do spa do hotel, oferecendo-me a cortesia de um banho de ofurô, provável tentativa esforçadinha de acalmar o sarcasmo que ilustrava cada um dos meus encontros com o gerente. Achei que era, enfim, um gesto simpático e combinei o horário. Cavalheiro que sou, ofereci o mimo à minha expensive half, mas ela já estava se divertindo com a investigação da morte do besouro (que lá continuava...) e recusou.
Então, no horário combinado, lá estava eu, com minha masculinidade posta à prova, sendo recebido por um tapete de pétalas de rosas que levava ao ofurô. Logo eu, que sou carinhosamente chamado de Ogro, dada minha delicadeza. Entro na banheira que, de tão quente, quase produz ovos cozidos. Abro a água fria e depois de uns 10 minutos, finalmente, consigo relaxar. E depois da pseudo-feijoada eu realmente parecia o Shrek da abertura do segundo filme, na banheira com a Fiona.
Depois, quase letárgico, volto para o meu quarto para um banho de chuveiro. Na porta, sou recebido pelo besouro, ainda na cena do crime. E ao entrar no quarto, a notícia de que não havia água quente no chuveiro. Adeus efeito relaxante do ofurô. Consulto a recepção e sou informado de um problema na caldeira, com previsão de 10 minutos para solução. Não me iludo, mas espero. Depois de meia hora, tomo banho a uma temperatura ligeiramente superior à ambiente. Fazia 12 graus.
Na hora de jantar, passo pela recepção e agradeço ao gerente por ter-me feito rejuvenescer 25 anos. Efeito do ofurô? Não. É que desde o serviço militar, aos 18 anos, não tomava banho gelado daquele jeito.
Estava decidido a me divertir com a situação e depois do jantar curtimos muito a festinha julina organizada ao ar livre, com um show de pirofagia bem bacana dos nossos amigos circenses, até a hora de dormir, desta vez devidamente embalado pelo silêncio da noite interiorana.
Mas ainda não é o fim de nossa saga. Nem da do besouro.






terça-feira, 13 de julho de 2010

Férias com Crianças [Episódio I: Expectativa]

Julho.
Férias.
Das professoras.

Para os pais é uma delícia ter as crianças em casa sem a rotina para-militar de horários e atividades encadeadas, mas também é um baita exercício de criatividade manter um consumo constante de energia saudável.

Sei que existe o caminho curto das babás eletrônicas. É só liberar o acesso aos vídeo-games, computadores e DVDs para que o dia passe na maior tranqüilidade. Mas acho que as crianças merecem mais, ainda que uma programação de férias clássica seja algo especialmente complicado para empresários e profissionais liberais.

Mas sempre dou um jeito e desta vez, em consenso familiar, decidimos ir para o campo. Começa o processo de escolha da cidade e do hotel.

Tinha uma referência positiva, de amigos que moram e trabalham na região e, dentre os vários pesquisados nas cidades próximas, este parecia ser particularmente interessante, pacato, gostoso.

No Guia 4 Rodas, as 3 casinhas em vermelho também avalizavam a escolha.

O site é bonitinho e tem referências apetitosas à gastronomia e um enfoque especial às atividades recreativas para as férias de julho. O ponto mais memorável era, sem dúvida, a recreação infantil com atividades circenses.

Depois, a festa julina, a suculenta feijoada completa no almoço do sábado e o almoço italiano com música ao vivo no domingo. Sim, soa provinciano. Mas quem não gosta?

Consenso familiar atingido, vamos fazer a reseva. Ao telefone, nada de gravações ou vozes sintetizadas. Uma moça simpática e com nome atende e é toda solícita ao esclarecer todas as dúvidas. Informa que só tem um apartamento disponível na “Ala Golden”, que é uma construção mais nova, a menos de 50m do prédio principal. Não vejo problema e confirmo a reserva para quatro dias, o que durante as férias de julho, fica longe de ser uma pechincha.

Mas não é um problema. Só pensei no quanto as crianças se divertiriam com os recreadores nas tais atividades circenses. Normalmente elas já se divertem muito com os monitores nos hotéis. Além de gás e repertório inesgotáveis, entrosam 20 ou 30 crianças magicamente, melhor e mais rápido que qualquer professora primária. E o apelo do circo só ajuda. Lulu já é praticnte de ginástica olímpica, plenamente familiarizada com saltos, alongamentos e macaquices diversas. E Lala ainda não tem a mesma desenvoltura, mas enlouquece de ver as acrobacias da irmã e tentar imitá-la. Com um bom professor, certamente aprenderia muita coisa bacana para exibir no primeiro dia de aula, enquanto não tem idade para as aulas de ginástica artística.

Enforco e sepulto a quinta-feira e nos mandamos. Pouco mais de uma hora de estrada e chegamos a Jarinu, que com a vizinha Atibaia divide o trono do morango no circuito das frutas do interior paulista.

A área do hotel é realmente muito bonita. A construção principal é de gosto duvidoso, mas bem conservada e limpa. Da entrada, vejo os banners de duas firmas que tinham eventos acontecendo ali.

No check-in, um simpático mensageiro descarrega minha bagagem, enquanto preencho aquela famigerada e misteriosa fichinha. Deixei de fazer reservas online quando percebi a inutilidade de prestar tantas informações através do site, se quando chego a QUALQUER hotel tupiniquim preciso preencher a tal da fichinha, com o auxílio luxuoso da esferográfica.

Fichado, recebo os cartões magnéticos que fazem as vezes de chaves e sou informado de que o mensageiro (com a bagagem à porta do elevador) nos acompanhará ao nosso quarto, no terceiro andar. Penso ter sido recebido a primeira de uma série de gentilezas inesperadas. Vagou um quarto no prédio principal e eles gentilmente providenciaram a mudança, para nossa maior conveniência.

Nada disso. Era apenas uma recepcionista nova e despreparada, pensando que todos os apartamentos iniciados com “3” ficavam no terceiro andar.

Minha frustração não foi nada demais. Pior foi para o mensageiro que teve que pegar toda a bagagem (que incluía o guarda-roupa de inverno de 3 mulheres) novamente e colocar no carrinho elétrico que nos levaria à “Ala Golden”.

Achei curiosa a existência de um transporte tão elaborado para integrar ambientes distantes apenas 50m, mas pensei na bagagem, idosos, deficientes... ficou fácil compreender.

Subimos um lance de escada e rumamos ao final do corredor. Quase na porta do que seria meu apartamento, um besouro jazia de pernas pra cima, praticamente invisível sobre o granito preto do piso. Coisas de um cenário bucólico.

O mensageiro abre a porta do amplo e arejado apartamento, com duas espaçosas camas de casal. Entro e sinto um cheiro familiar. Lembrei vagamente de um pequinês que tive na infância e resistia a banhos freqüentes. Mas, janela aberta, a lembrança se desfaz rapidamente, assim como o cheiro.

Malas largadas no quarto, vamos dar uma volta pela área bacanuda do hotel.

Quadras de tênis, vôlei de areia, campo de futebol, mini-golf, lago, spa, academia, piscinas ao ar livre e uma outra interna, aquecida, junto às saunas.

As várias salas de convenções mantém o hotel movimentado quando não há férias ou feriados.
De volta à sede, bate uma fominha. Paro no bar do hotel e peço um queijo quente, que é sempre uma opção segura. Bem... Era, até o bartender me perguntar "O que vai no queijo quente?"

Parei por uns segundos, esperando por uma piadinha, que não veio. Então respondi placidamente que era queijo, dentro do pão, na chapa. E esperei de novo por uma gracinha que, de novo, não aconteceu. Ele tomou nota e seguiu para a cozinha, de onde voltou em 5 minutos, com o lanche pronto.

Na sequência, conhecemos os monitores de plantão. Duas figuraças que se apresentaram como Batatinha & Espeto, não à toa. Empatia imediata com minhas exigentes petizes, que só pararam a bagunça para o banho e já voltaram correndo para jantar com os “tios”. E brincaram até a hora de ir dormir.

Ah... a hora de dormir! Tão aguardado momento.

Afundo no colchão um pouco mais do que esperava. Tenho vasta experimentação em hotéis de todos os tipos, em todos os lugares e sei que qualquer coisa diferente da própria cama acaba causando alguma estranheza. Deixo de implicância com o colchão e o travesseiro e sinto a proximidade de Morpheu (não, nada a ver com Matrix). Mas Morpheu é afastado por um barulho de vozes se aproximando e se avolumando.

O povo de uma das firmas em convenção se aproximava, vindo do bar do hotel para a minha “Ala Golden”. Normal, pensei. O povo tomou umas a mais, fala um pouco mais alto, mas logo vai dormir.

Meia-hora depois, o barulho só piora. Minhas 3 mujeres já tinham dormido há muito tempo e nem tomaram conhecimento. Mas eu liguei para a recepção e pedi a interferência de uma autoridade administrativa pra por ordem no barraco. E nada acontece. Acabo dormindo, cansado. Mas essa ausência de ação levantou a minha antena de uma forma não muito boa...

Levantei na sexta-feira com dor no pescoço, a pulga atrás da orelha e o besouro morto ainda na minha porta.

No próximo episódio, novas e eletrizantes aventuras!

:D

sexta-feira, 26 de março de 2010

Vamo pras Crínica

Caríssimos ouvintes;

Depois de quase dois meses, cá estamos nós de novo.
E não pensem que eu não quis atualizar o blog e escrever novos posts nesse tempo todo. Só que uma inacreditável sucessão de acontecimentos me consumiu de tal maneira que eu não tinha tempo e nem clima para escrever do jeito que eu gosto.
Bem, é claro que nesse intervalo uma porção de outras coisas acabaram recebendo uma atenção menor (como a atividade física e o cuidado com a alimentação) e agora voltam à normalidade junto com o nosso blog.
Lembrei muito do filósofo João Rubinato, no seu "Samba no Bixiga":
Carma pessoal,
A situação aqui está muito cínica
Os mais pior vai pras crínica.


E sabe o que me dava a carma pra não exprodir? Uma corridinha no final do dia. Se eu só tinha 15 minutos, gastava correndo. À corrida, devo minha sanidade mental.
Quem me conhece há mais tempo deve estar esfregando os olhos para ter certeza do que está lendo. Eu sempre gostei de várias práticas esportivas, mas execrava a corrida. Detestava. Achava um saco!
E agora credito minha sanidade a ela... Vai entender...
Pra falar a verdade, não tenho certeza de quando isso começou. Sei que veio vindo, veio vindo... e ficou. Acho que viciei nas tais endorfinas.
Mas se mesmo atletas de verdade têm seus dias de Jabba, como poderia eu ficar livre dessa?
Depois da chuva que caiu em São Paulo nessa tarde, a cidade toda virou um caos. Alagamentos, árvores caídas e... Quem adivinha???
Sim! Trânsito.
Cheguei semi-morto, pensando que a planilha cuidadosamente preparada pelo meu super-trainer (lembrando que em inglês a mesma palavra cabe para treinador e adestrador) previa para hoje 6 longos quilômetros.
Assim que entrei em casa, meu corpo e meu cérebro iniciam uma sangrenta batalha. O cérebro tenta conduzir o corpo diretamente para o quarto, para que ele, sem parada, mude de roupa, calce o tênis e saia correndo.
Mas o corpo é forte e não se deixa levar assim. Manda o cérebro parar de encher o saco e vai pra sala.
Faz-se contato visual com a poltrona.
E a situação se inverte. O cérebro passa a ser inundado por influências do corpo, que procurava uma desculpa para não fazer o exercício do dia.
A primeira: "Droga... Eu queria ter chegado mais cedo para dar tempo de correr com a turma do krav-magá. Agora vou ter que correr sozinho?".
O cérebro saiu fácil dessa: "Ô animal! Você corre sozinho todo dia!" E essa não colou.
A segunda: "Tenho que buscar as crianças na ssssogra."
Dessa vez o cérebro recebe ajuda externa que, nesse caso, vale. Minha expensive half interveio, dizendo que já estava com tudo certo para buscaras crias. E ainda acrescentou um "Pode ir correr sossegado que já está tudo
certo." O corpo chegou a esboçar agressão física, mas até pra isso a preguiça era demais.
E o corpo tenta, então, uma manobra desesperada. Pega o controle remoto e aperta o "power".
O cérebro pensa que tudo está perdido, mas na TV, em pelo menos 10 canais, estão os galãs Cembranelli e Podval, lutando pelo pão de cada dia.
O corpo joga a toalha. Vamos correr que ganhamos mais.
E lá fui eu, Sumaré adentro e afora, até a Vila Madalena. Dá pra ver o trajeto e mais, clicando aqui.
Voltaram ambos mais leves.
O cérebro, além de tudo, vitorioso.
E o corpo prometendo nunca mais tentar esse jogo sujo. Até o próximo dia de treino.

:D
PS: Quem não conhece o tal Samba no Bixiga, conheça nesse vídeo maravilhoso.
E quem conhece, melhor ainda, que se delicie com essa pérola.


quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Post MultiTask: Trackitanas para ficar Em Forma Depois dos 40

Dizem que a necessidade é a mãe da invenção.
Pode até ser verdade. A necessidade deve ter gerado a maioria das invenções da humanidade. Mas sem dúvida, a mãe das invenções mais legais é a preguiça.
Ninguém me convence de que controle remoto para a TV é uma NECESSIDADE. Se pifar hoje, eu vivo relativamente bem até comprar outro. Mas no fundo nem gosto de lembrar do tempo em que ele não existia.
Há algum tempo eu havia me animado para começar a correr, por entender que seria a prática esportiva mais democrática e simples do mundo. Calce um bom tênis e caia na vida.
Mas estava completamente despreparado, muito gordo e não sabia como começar.
Consultei o cardiologista, que me deu sinal verde. Em seguida, fui conversar com um amigo, praticante fanático de várias modalidades de corrida.
Ele disse que seria realmente muito simples. E sacou da mochila um calhamaço de planilhas que eu deveria usar para acompanhar meu desempenho, alternar treinos de resistência com explosão, queima de calorias, distâncias, percursos... E, naturalmente, teria que correr em percursos já conhecidos, pois seria a única forma viável de ter controle sobre as distâncias percorridas e variações de terreno.
Quer dizer que não posso simplesmente calçar o tênis e sair correndo?
Herege! Correr é coisa séria. Não se faz assim!
Enterrei a idéia só de pensar no trabalho que ia me dar.
Algum tempo depois, resolvi me aventurar sozinho, sem pedir palpite pra ninguém, mas muito ressabiado. E descobri uma trackitana mágica para o meu celular que acabou com o problema.
Parêntesis:
Não vai aqui nenhuma intenção de propaganda ou apologia de produto nenhum, até porque não recebo nada de ninguém (snif) para escrever estas mal-traçadas linhas. Mas é uma experiência prática que tem nome. Não tem como não citar.
Fecha parêntesis.
A trackitana é um programinha chamado SportsTracker, que se instala em segundos e roda em vários modelos de celulares Nokia com GPS interno ou externo. Pode (e deve, na minha opinião) ser complementado pelos recursos disponíveis em um site.
O que eu preciso fazer? Preferencialmente fazer um cadastrinho rápido no site. Na hora do vamos-ver, ativar o aplicativo na tela do celular selecionar o tipo de treino que vou fazer (andar, correr, pedalar...) e iniciar.
Daí pra frente o Grande Irmão Satélite passa a me perseguir por onde quer que eu vá. Identifica todo o meu trajeto, aufere minha velocidade, reconhece aclives e declives e, se eu encontrar algo fotografável no caminho, ele ainda guarda o geoposicionamento da foto.
E ele ainda permite que compartilhe o exercício online. Os amigos podem ver minha corrida em tempo real, no site que compõe o serviço. Minha mulher adora essa feature.
Dando o exercício por encerrado, o programa mostra na telinha do celular e na web (com muito mais detalhes) um mapa (by Google) com o trajeto percorrido e as fotos eventualmete batidas no caminho, posicionadas no mapa com razoável precisão. E mais uma batelada de estatísticas, como velocidade máxima, mínima, média, altitudes, gasto calórico aproximado, etc. Sem planilhas. Sem percursos pré-medidos.
Melhor do que falar é mostrar. Clique aqui para ver minhas últimas aventuras. Algumas com fotos.
E, a partir de amanhã, vamos combinar que aviso pelo Twitter (@fudenis) um pouco antes de iniciar minhas corridas, caminhadas ou bicicletadas e, quem tiver curiosidade e saco (e disponibilidade para coçá-lo) pode acompanhar online.
É claro que nem tudo é maravilhoso. Em partes por usar um aparelho que já tem uns 2 anos, a precisão é apenas razoável e vira-e-mexe o sinal do satélite é perdido por alguns instantes. Mas o software tenta recuperar o traçado e para quem não está preocupado com preciosismos, tá bom demais.
Existe uma série de outras trackitanas similares para diversas plataformas e, na medida do possível, vou procurar testar pelo menos algumas e vou postando aqui.
Se alguém tiver sugestões e quiser compartilhar, favor introduzir cá nos comentários.

:D

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Vícios

Já tive uns tantos vícios. Acho que alguns vícios podem ser definidos como "bons" ou "saudáveis" mas, ainda assim são vícios. E vício que se preza sempre faz cruzar certas fronteiras. As do bom senso, por exemplo, costumam ser violadas com recorrência.
Entenda o caso: Há cerca de um ano comecei a sentir um desconforto, ligeiramente doloroso, na coluna lombar.
Consultei alguns médicos até me afinar com a reumatologista que me assiste até hoje e que diagnosticou o causo. Detalhes técnicos não vêm ao caso. Relevante é que um dos primeiros caboclos que consultei, um acupunturista muito legal, foi pragmático ao dizer que podia me ajudar, mas que se eu não perdesse uns 10 kg tudo seria paliativo.
Bem, quando cheguei à reumatologista (que lê o blog, eu soube!) ela me orientou com uma série de restrições a atividades que poderiam me causar mais dor ou piorar o quadro. A começar pelo Krav-Magá que eu treinava e adorava.
Minha preocupação mais imediata foi como controlar o peso com restrições tão importantes. Sem exercício, teria que passar meses a fio à base de alface e broto de feijão?
Disse pra ela que eu não tinha muito tempo disponível, então era difícil pegar o carro, me deslocar até o clube ou academia, nadar 1 hora e voltar, com horário fixo, etc. Será que eu não poderia correr? Seria prático. Em qualquer lugar que estivesse podia calçar o tênis e mandar bala, queimando 700 ou 800 calorias em uma hora...
A resposta dela foi clara: "NINGUÉM deveria correr, devido ao impacto. No seu caso, então..." Depois entendi que o radicalismo dela foi importante para causar o impacto necessário sobre a minha consciência e venho levando o dia-a-dia só com atividades apropriadas, como a musculação, as caminhadas e a natação.
Mas agora... lá vou eu pro confessionário.
Citei aqui, num post anterior, que passei a semana do ano-novo em Campos do Jordão. Pois no dia 31, depois de 2 1/2 dias de chuva ininterrupta, houve uma estiagem de final de tarde. Estava louco pra sair da toca e fui andar no caminho do Horto. No meio do caminho, é claro, o tempo virou de novo e logo chovia forte. Interrompi o trajeto originalmente planejado e voltei na direção do hotel, agora correndo.
Não sei de onde a gente tira essas manias... Chovia torrencialmente. Em 20 segundos eu já estava encharcado. Estava a uns 3km do hotel, no meio do nada, sem nenhuma possibilidade de abrigo. Então porque diabos correr? Não faz mesmo nenhum sentido, mas deu no que deu...
Depois de 5 ou 10 minutos correndo, a respiração já tinha um ritmo certo, assim como as passadas. Dava pra sentir a elevação do pulso. E a sensação pós corrida não tinha nenhuma chance de comparação com o pós caminhada. Deu barato e viciou instantaneamente.
Uns dias depois, resgatei um outro brinquedinho absolutamente viciante, chamado Sportstracker. Vou escrever especificamente sobre ele nos próximos dias, mas pra dar uma ideia, é um "ecossistema" baseado em um programinha pro celular com GPS e um serviço na internet, que apresenta uma série de informações sobre cada um dos seus treinos e, principalmente, compõe uma comunidade muito bacana.
Se estiver curioso, entra lá e procura os "workouts" de um usuário chamado "fudenis".
:D


quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Saldos de Final de Ano

Causo complexo...
Quando comecei a escrever esse blog, alguém havia sugerido que eu deixasse para começar depois das festas de final de ano.
Não deixava de ter certa razão, porque as variações de diâmetro e peso poderiam ser frustrantes para alguns, mas é importante endender o espírito da coisa.
Me propus a escrever relatando a batalha pela conquista de uma vida mais saudável, com REFLEXOS no corpo, principalmente na forma de redução de peso, mas sempre sob a ótica de uma pessoa normal, que se propõe a realizar mudanças importantes em seus HÁBITOS, no seu DIA-A-DIA, "for life".
Então, mocozar a realidade das ceias de Natal e Ano Novo e de todas as aventuras gastronômicas oferecidas por Campos do Jordão, não seria honesto, certo?
O que combinei comigo mesmo: Nada de balança ou fita métrica nesses dias. Mas também não vale perder a noção e chutar o pau da barraca. E tem que manter pelo menos uma atividade física mínima. Confesso que isso não tem sido fácil, primeiro por causa da rinite que pejudicou violentamente a minha capacidade de respirar por vários dias e agora pela chuva quase incessante que impede minhas caminhadas e corridas. Mas por sorte o hotel tem uma boa piscina (semi)coberta e tem sido possível uma nadada, sempre que as crianças dão um tempo.
Entendamos, afinal, que o problema da obtenção ou manutenção da boa forma não está naquilo que você faz entre o Natal e o Ano Novo.
O problema está naquilo que você faz entre o Ano Novo e o Natal!
Até o ano que vem!
:D
PS: Hoje o post está um pouco mais pobre em recursos, porque pra tirar uns dias de férias de verdade eu deixei o laptop em casa e estou usando o smatphone pra escrever. Ano que vem voltamos ao normal.